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Para tentar entender o afloramento de
protestos pelas principais capitais do Brasil, torna-se necessário lembrar um
pouco sobre nossa cultural e colonização. Apesar dos eventos históricos da
Revolução de 64, Diretas Já e do Impeachment de Collor, o nosso país pode ser considerado muito tranqüilo
no que se trata de manifestações públicas. Isto se compararmos com os países
Árabes e Europeus.
Entretanto, o Brasil é um “caldeirão étnico”, com inúmeras raízes de
imigração Européia, Africana e Asiática. Umas regiões mais, outras menos. Adicionamos
à tudo isto que somos o “país do futebol” com estádios de primeiro mundo, porém
com preços igualmente de primeiro mundo.
Em português claro, temos estádios, mas não podemos entrar pelo preço
exorbitante dos ingressos.
Dentro de todo este contexto, temos péssimos hospitais, (in)segurança
pública, transporte público de péssima qualidade e tantas outras mazelas
engasgadas na garganta de cada brasileiro.
A
questão toda vai além dos “20 centavos” a mais nas tarifas desta ou daquela
capital. Ela começa no sentimento de inconformismo legítimo contra os milhões e
bilhões de reais desperdiçados em obras sem relevância em matérias que mais
interessa ao povo.
A
impunidade emergente em todos os níveis, fez surgir uma revolta sem foco
específico. O povo está literalmente reclamando de tudo o que está errado !
O ícone
deste momento é que até os policiais militares sabem que o povo está com a
razão, haja visto que recentemente até o CBERJ fez sua manifestação nas
escadarias da ALERJ.
O
grande problema é que trata-se agora de movimento descoordenado, e sendo assim eles
podem ser coordenados por qualquer um, até mesmo um chefe de facção criminosa.
E acaba sendo este o meu grande medo, ou seja, as intenções de quem realmente está por trás
destes movimentos.
O
verdadeiro manifestante não quer baderna, ele quer educação, saúde e segurança.
O Povo não quer UPP para “inglês ver” que expulsa o marginal da favela e os
manda para as cidades do interior. Não queremos uma faixa exclusiva na Linha
Vermelha para as delegações, enquanto “fritamos” em nosso transporte público
parado nos congestionamentos após um dia árduo de trabalho.
Infelizmente, sou meio desconfiado de tudo o que está acontecendo. Se pudesse,
daria uma sugestão: “abaixem os preços dos ingressos”. Ai veremos o motivo de
tanta reclamação !
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